Segundo B.K.S. Iyengar, os asanas (posturas) são, a princípio, realizados com a atenção total nos movimentos e posicionamentos do corpo, pois isso é tudo que o praticante consegue ver e sentir. Ele chama esse estádio inicial de Arambhavastha. A mente vai estar sempre correndo pela superfície, que é o corpo físico. Não sabemos o que fazer direito: simplesmente fazemos. A mente é apenas levada às diferentes partes do corpo, assim como conduziríamos uma criança por caminhos para ela totalmente desconhecidos.
O segundo estádio é chamado de Ghatavastha. Nele, o praticante começa a perceber o corpo e suas ações de forma simultânea. A mente sai da periferia e começa a "acompanhar" os asanas em tempo real. O corpo não é mais apenas uma entidade separada. A mente passa a se movimentar com o corpo, a ter "atitude". É como diz Iyengar: "Existe uma diferença entre levar a mente às diferentes partes do corpo, conforme elas vão se movimentando, e pedir que a mente se movimente com o corpo.(...) Primeiro, você não conhecia o corpo; só conhecia o tornozelo, o joelho e outras partes. Agora, você deve conhecer o corpo como um todo, através da mente."
O estádio três é Parichayavastha, ou do íntimo conhecimento. Por intermédio da mente, o conhecimento do corpo torna-se inteligente e o esforço diminui. Ser íntimo, nesse contexto, é conhecer e compartilhar. Significa que o esforço e as tensões de adaptação podem ser reduzidos, que a espontaneidade e o entendimento já estão "incorporados". O senso de intimidade com a postura faz com que o corpo seja percebido com inteligência e sensibilidade. Nesse instante, corpo e mente passam a ser um só.
Nispattyavastha, o quarto estádio, é o da perfeição, é o de estar "liberto do corpo", de suas imposições e ilusões. Ao se estar perfeito na postura, há um esquecimento, uma libertação do corpo. Mente, inteligência e o mais profundo do seu ser estão agora unidos.
