ANGA BHANGA SADHANA


No entusiasmo do momento e na necessidade de superar limites, tornou-se usual praticantes sofrerem lesões em aulas regulares de Yoga. Nesse processo, o Yoga se transforma no que Krishnamacharya denominou Anga Bhanga Sadhana, isto é, uma prática que é benéfica para uma coisa e prejudicial para outra(s).

Segundo Krishnamacharya, correr, por exemplo, é um Anga Bhanga Sadhana, pois, de forma controladamente moderada, pode até vir a ser uma atividade benéfica para os sistemas cardiovascular e respiratório, porém é potencialmente prejudicial para ossos e articulações. Ele dizia que correr é para cavalos, não para seres humanos, especialmente quando se corre em pleno calor do meio-dia, em meio à poluição e aos perigos de uma grande metrópole como São Paulo, por exemplo. Nesse caso, os malefícios superam os supostos benefícios, contraindicando a prática. 

BKS Iyengar, discípulo direto de Krishnamacharya, também ensinou sobre os potenciais irritativos de certas atividades "esportivas" como a corrida. Sua visão é a de que devemos observar e aplicar atentamente o conceito de atividade estimulante em contraposição ao de atividade irritante em nossa prática. Nesse contexto, o Yoga é estimulante e deve sê-lo, pois quando mal orientado e praticado pode tornar-se irritativo e contraindicado.

Quanto optamos pelo Yoga, devemos procurar usar de conhecimento e discernimento para que nossa prática também não se transforme num Anga Bhanga Sadhana.